20110517

Líder comunitária acusada de tráfico e 30 homicídios


Acusada de ser mandante de pelo menos 30 homicídios na área do Subúrbio Ferroviário, Maria Lúcia dos Santos Gomes, 36 anos, “Nem Gorda”, foi apresentada na tarde de ontem no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo o titular da 5ª Delegacia, Antonio Carlos Magalhães Oliveira, a mulher seria a mentora do assassinato da idosa Alaíde Queiróz dos Santos, 70 anos, no último sábado, na frente de casa na Rua das Flores. Temida por grande parte de moradores e comerciantes da área do Subúrbio Ferroviário, “Nem Gorda” é tida como líder comunitária no lugar.
A partir de informações sobre as características do veículo utilizado pelos assassinos, os investigadores do DHPP chegaram à traficante. O Fiat Stilo preto, placa JRC 2757, utilizado por três homens que assassinaram a idosa, encontrado no Rio Sena, está em nome da acusada. Montando o quebra-cabeça, a polícia chegou a Maria Lucia dos Santos. Segundo a delegada de homicídios Francineide Moura, parentes da vítima teriam denunciado membros de sua quadrilha à polícia.
“Como não encontraram quem procuravam, executaram a idosa”, afirmou. Alaíde foi retirada de dentro de casa e morta com cinco tios na porta da residência.
Ao chegar à sala da delegada, onde seria apresentada aos jornalistas, a traficante teve reação teatral. Aos gritos, Maria Lúcia afirmou e chorou sua inocência, denunciando que tudo estava acontecendo por vingança de policiais militares. Informou também que as fitas das câmeras de segurança de sua casa já teriam sido entregues ao Ministério Público, para que todos os envolvidos nessa vingança fossem conhecidos.
O coro foi engrossado pelo genro Davison Conceição de Santana, 20 anos, também preso. Segundo ele, PMs da Rondesp estariam a se vingar da família porque foram denunciados pelo padrasto da esposa e teriam perdido a farda.
Loja de roupas camuflava a ação
Na casa de “Nem Gorda”, foram encontrados 68 pedras de crack, dois rádios comunicadores, um laptop e um revólver calibre 38. O genro Davison Conceição Santana, o “Lincoln”, o marido Alex Brito das Neves, o “Grilo”, e um menor de 17 anos, apontados pelas testemunhas como autores do homicídio contra dona Alaíde, estavam na casa.
“Lincoln” e o menor foram detidos, mas o companheiro de Maria Lúcia, acusado como autor de oito homicídios, conseguiu fugir. Um delegado seria a próxima vítima da traficante, segundo o titular da 5ª Delegacia, considerando a foto encontrada em poder da traficante na casa aparelhada com câmeras de segurança.
Parentes da idosa morta estiveram no departamento e asseguraram que a determinação de Maria Lúcia era liquidar a família de Edvandro Santos, neto de Alaíde.
O jovem vendia drogas para “Nem Gorda” e foi assassinado no dia 1º de maio na Praia de Periperi.  “Ela pensou que a família havia denunciado aos policiais o tipo de envolvimento entre eles. Mas isso não aconteceu, todos têm medo, até as crianças”, desabafou um dos familiares da vítima.
Ainda de acordo com a delegada Francineide Moura, a irmã da traficante também foi assassinada no dia 16 de abril. Eliacir Conceição Gomes, a “Negona”, participaria da quadrilha da irmã, que nega o envolvimento, alegando que “são empresárias no subúrbio”.  Segundo os investigadores, a movimentação do tráfico realizada pela família se esconde atrás de uma loja de confecções e uma frota de motos.
 
fonte:tribunaonline

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